quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sapiranga - A Casa Tombada não pode tombar


A Casa Tombada de Sapiranga corre o risco de, literalmente, tombar. Único imóvel reconhecido oficialmente como patrimônio cultural num município que ainda guarda em seu território centenas de edificações de valor, a antiga Casa de Johann Schmidt, ou Atafona Schmidt, conhecida pela alcunha de casa tombada, encontra-se em acelerada degradação, com a perda de parte do seu telhado.

A edificação é uma das estruturas enxaimel estudadas pelo arquiteto Günter Weimer no seu livro Arquitetura Popular da Imigração Alemã. Segundo este estudo, a atafona teria sido construída em meados de 1870, sendo por muito tempo um dos mais importantes centros produtores de farinha de mandioca da região. Esta porção correspondente a atafona, anexa aos fundos da casa, foi demolida há algumas décadas. A casa, correspondente ao volume frontal, aparenta ter sido construída ainda anteriormente- o imigrante estabeleceu-se no local em meados de 1840.

Com o desmembramento da gleba e loteamento da área, a casa foi preservada, sendo repassada para a propriedade da Fundação Cultural e de Meio Ambiente de Sapiranga. A municipalidade efetuou o tombamento municipal e, há cerca de uma década, realizou uma obra recuperativa. 

Nos últimos anos o espaço foi sendo gradualmente abandonado, deixando de servir para  atividades culturais. Sem uso, o local acabou desaparecendo do imaginário das novas gerações. Curiosamente, foi justamente o vigamento roliço de eucalipto utilizado na última obra recuperativa para substituir peças comprometidas do telhado que desabou. A estrutura enxaimel resiste, fragilizada.

A atual gestão da Fundação proprietária do imóvel assumiu este mês e articula-se para reverter o quadro de abandono, recuperando a casa e retomando as atividades culturais. No dia 01 de Junho está marcado um ato público no local, incluindo um abraço coletivo, que pode ser o início simbólico da trajetória pela restauração da casa. Espera-se grande envolvimento da sociedade nesta causa, afinal, a participação e interesse da sociedade é a única forma de viabilizar a recuperação do espaço e garantir sua continuidade.



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